quinta-feira, 10 de abril de 2008

AO SABOR DAS ENCHENTES E DAS VONTADES POLÍTICAS


Imagine-se parte de uma grande família, moradora de região ribeirinha, casa simples, de classe baixa e cheia de limitações. Acostumados ao calor dos dias e às constantes estiagens que assolam o sertão nordestino. De repente, como figurantes de um cenário de terror, as águas antes escassas tornam-se volumosas e de forma violenta invadem a sua rua, sua casa, sua vida.
Estamos vivendo momentos em que a cena a cima descrita se repete a cada instante.
Centenas de pessoas atualmente em nosso município encontram-se em situação de calamidade. As águas ilharam comunidades, desabrigaram famílias, destruíram plantações. Centenas hoje têm como endereço os abrigos improvisados montados nas escolas.
Fácil compreender a situação. Difícil é se colocar na situação.
Contudo, em meio a todo esse cenário se destacam figurantes preocupados em parecer e aparecer como “salvadores”. São aqueles que se aproveitam da mazela alheia para conseguir promoção.
Muitos agem impulsionados pela causa do outro, mas, outros agem com os outros por sua própria causa.
Enquanto políticos prometem verbas e outros se digladiam na espera de conquistar o eleitorado, pouco se reflete sobre a situação daqueles que foram expulsos de casa e que sofrem as conseqüências da falta de um planejamento urbano e que os tornam vulneráveis.
No entanto, se antes a espera era por chuvas, agora se faz necessária a espera por soluções que amenizem a situação.
Antonio José Lima Pereira

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